quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Ponha a mão no ar quem sofre do mesmo mal.

Ai a pressão, a pressão! 
Essa palavra tão pequena mas que causa tanto peso, tanta ansiedade.
A partir dos 30, começam aquelas perguntas do;

- "então e namorado?"

- "gostava tanto de ter um netinho!"

- "Só faltas tu."

- "Olha que a partir dos 35 é considerada gravidez de risco"

- "É melhor congelar alguns óvulos se não encontrar o pai perfeito"

...e podia continuar nisto. E isto, para quem o verbaliza parece normal, mas para quem ouve, só dá vontade de dizer muitas asneiras seguidas e gritar em agudos audíveis. 
Será que quem pergunta, faz ideia do que está do outro lado? Sabe as razões da escolha? Ou se sequer houve escolha? 

Nem todos seguem o mesmo caminho. O caminho do, aos 25 arranjas um emprego espetacular, aos 30 casas, aos 32 tens o primeiro filho, aos 35 compras casa...

A vida não tem que ser conforme um padrão estruturado pela sociedade. Liberdade é isto. Poder escolher o caminho sem ser questionada. Se eu quiser escolher viver só com o meu gato, assim será. 
"Deslarguem-me"




Ir



Sintra. Por mim.



Quando tinha 18 anos, sempre disse que queria ir. 
Ir. 
Era só isto. Queria sair da minha cidade, para outra maior. Que me desse outras oportunidades. Conhecer outras pessoas. Mais pessoas. Crescer. Aprender outras coisas. Viver mais. Sabia que ali onde tinha crescido, eu não queria ficar. E fui. Estudei numa das melhores universidades do país. Conheci seres que estão colados no meu coração, até hoje. Conheci outros que (ainda bem) ficaram pelo caminho. Mudei de país. Voltei (porque o nosso é mesmo espetacular). Consegui mudar para a cidade que adoptei como minha (irei falar muito dela, certamente), mas agora é tempo de voltar. 

Quando esta ideia se formou na minha cabeça, achei ridículo. Ri em voz alta. 
Pensei; "só podes estar a ter um mini AVC."

Mas não estava. Voltar não significa que fracassei. Que não consegui ir onde queria. 
Voltar, só me diz que tenho o coração no sitio certo (ainda que tenha umas palpitações, de quando em vez, que me fazem crer que é o ultimo batimento. Puta [da] ansiedade).

Se já não fizer sentido, se já não for para tirar o fôlego, vai! 

Com o coração no sitio, só pode dar certo!

A mudança aos 35.

Aqui estou eu. A tentar ser livre de preconceitos e julgamentos. 
Hoje acredito que todas as mudanças nascem de dentro. Parece mais uma frase de Instagram mas não. Sinto-a mesmo. Nunca tive medo de mudar. 
Há uns anos atrás, prometi-me uma mudança aos 35 anos se achasse que a minha vida não estaria onde deveria estar. E não estava. E por isso, aos 35, é hora de mudar.